Não vale a pena calcular as vantagens de um portátil em relação a um computador de secretária. A vantagem básica é que pode levá-lo consigo para onde quer que vá. Isto significa que se pode realmente trabalhar em qualquer lugar. Mesmo quando não há possibilidade de o ligar a uma tomada eléctrica. Por outras palavras, só pode utilizá-lo em qualquer lugar se tiver um sentido de decência inato. Por exemplo, a utilização de um computador portátil no funeral de um familiar não é geralmente recomendada. Na verdade, não deve ser motivo de riso. É considerado socialmente intolerável abrir um portátil e sentar-se na borda do mesmo em frente ao caixão. Utilizar a tampa como base também não é o comportamento mais adequado. Corre-se mesmo o risco de ser expulso do local.

Felizmente, os computadores portáteis não têm as mesmas manias que os telemóveis, e a outra pessoa atenderá a chamada com toda a calma, ignorá-lo-á e começará a conversar. No entanto, há uma solução muito simples para isto. A menos que as primeiras palavras da pessoa sejam “Não posso falar contigo agora”, não diga olá e saia calmamente do local. A única forma de isto ser aceitável é se a pessoa lhe pedir para ser paciente por um momento enquanto trata de algo importante. No entanto, os computadores portáteis também são chamados assim noutros locais. Se o seu for leve e pequeno, pode levá-lo no comboio ou no autocarro.

Não há necessidade de pensar em etiqueta aqui. Desde que não coloque o seu aparelho no colo do seu vizinho ou na sua bagagem, ninguém se pode opor. A menos que esteja a ouvir música no volume máximo. Se tiver auscultadores, a decisão é sua. Até se pode ligar o portátil na floresta, em cima de um cepo. Eu prometi tentar escrever uma história no meio da floresta algumas vezes. Como é que correu? Nunca o abri na floresta. Ainda há algo para ver, ainda há algo para sentir. Por isso, o aparelho ficou bem guardado no saco e nem sequer olhei para a floresta. Mas da próxima vez vou mesmo tirá-lo para fora e tentar escrever alguma coisa”.